quarta-feira, 22 de julho de 2015

Reportagem completa: Tecnologia e Alienação



Tecnologia e alienação

          Grande parte da juventude atual parece não se importar com nada do que está ocorrendo neste mundo tão repleto de dores e problemas e passam grande parte do tempo nos seus celulares, iphones, ipods, etc.

Por Juliana Bueno

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          Disponibilizamos o texto completo das perguntas feitas pela amiga, escritora e jornalista Juliana Bueno para a matéria sobre 'Tecnologia e Alienação' na edição 140 da Revista Cristã de Espiritismo:

Nome completo, formação profissional e atividades atuais, religião, se tiver alguma que queira falar.


          Antonio Candido Alves Dias, Psicólogo Clínico. Atendimento Psicológico em São Paulo e São José dos Campos. Presidente da Instituição Beneficente GAFA em São Paulo. Palestras Públicas em diversos locais, área espírita, e entidades sociais e religiosas sobre prevenção a drogas.

          Religião: Espiritualista por considerar que todos os segmentos religiosos construtivos que venham a trazer conteúdos positivos e que levem a reflexão do pensar, são muito importantes para o ser humano, mas por opção de vida, principalmente questões relacionadas ao dia a dia em tantos casos, principalmente na análise do contexto dos fatos, acontecimentos, casos mediúnicos e fenômenos de efeito físico que presenciei, considero-me espírita.

          Considerando que a única filosofia religiosa que esclarece, busca e traz reflexão lógica diante de tantos fatos e dúvidas, conduz o ser humano a libertar-se do subjugo mental é o espiritismo.

Como você vê e analisa esta alienação que parece tomar conta de uma grande maioria das pessoas em relação aos graves problemas da Humanidade atual? Existem explicações psicológicas ou espirituais para esta situação?


          Falta absoluta de cultura, muitas vezes gerada no habitat em que vivem desde a infância, herança de pais que desconhecem mecanismos do desenvolvimento infantil, embora bem intencionados com seus filhos, são pouco esclarecidos, massificados e que também legaram posteriormente à gerações os mesmos valores e conhecimentos que possuíam (ninguém pode dar o que não tem).

          A alienação é o resultado da completa falta de interesse que atinge muitas pessoas, por apresentarem dificuldades em resolver desafios e conflitos que naturalmente surgem no dia a dia. Quando uma pessoa não desenvolve seus conteúdos psicológicos adequadamente e não amadureceu no contexto interior, “fecha-se”, defende-se da pressão dos conflitos pequenos e grandes, usa mecanismos de defesa, cria justificativas (desculpas) na maioria das vezes infantis para desviar-se dos fatos em questão, os quais deveriam ser encarados, vividos e resolvidos, com isso procuram aliviar-se através das compensações (mecanismos de prazer: drogas lícitas e ilícitas, jogos, pornografias variadas, e qualquer conteúdo que distraia ou leve a mente a ficar em condições distante da realidade plena).

          Sob a ótica espírita, entendemos que são espíritos que ainda não amadureceram o necessário, não possuem por enquanto os reflexos receptivos desenvolvidos para compreender suas responsabilidades diante dos homens e do planeta. Suas necessidades básicas para o desenvolvimento ainda são voltadas para si mesmos, seria necessário crescerem e construírem sempre de forma solidária e definitiva em todos e para todos.

Uma grande parte das pessoas que se dizem "espiritas ou espiritualistas", parece não se importar com os rumos que a sociedade está tomando, em especial os políticos, assim como a situação geral da economia especialmente no Brasil. Elas acreditam que os assuntos espirituais, místicos e comportamentais não permitem que se interessem por assuntos mais materiais, objetivos e atuais. Como você vê isto?


          Considero esta forma de pensar e agir natural, principalmente quando advém de muitos que ainda mentalmente engatinham no processe de conscientização de si mesmas em relação à vida, pois, o contato com a literatura religiosa em sua diversidade ou propriamente espírita, como também a frequência em locais espíritas não pode transformar pessoas plenamente, melhorá-las, sim, sempre.

          A intervenção direta, a participação política, a atuação nos meios que irão trazer benefícios a tantas pessoas que carecem de recursos é uma atitude corajosa e fraterna, acredito que todos que já possuem consciência espiritual e cientes dos seus deveres, deveriam fazer-se presentes em atividades de âmbito social, com ressalvas a locais de violência extrema, considero omissão, em muitos casos ato de covardia e egoísmo que em nome de tais ideias, filosofias e valores espirituais, espíritas não busquem dificuldades apenas para proteger-se vibracionalmente, afinal, “quem precisa de médicos são os sãos?”.

          A natureza em seu sábio processo ou produção plena para chegar ao nascedouro do fruto, o que antecedeu aí foi o contato da semente no solo fértil, que já trazia em seu interior o código genético das suas qualidades natas, assim também se processa com os homens, é a lei da evolução que irá determinar a forma de olhar e interpretar os valores reais, úteis e realmente importantes no dia a dia. Mas numa análise objetiva e comportamental, esta atitude de muitos é absolutamente contraditória, pois aos leigos justificamos não terem cultura, não saberem interpretar textos comuns, já aos espíritas bem informados deveriam saber que possuem muito mais responsabilidades no contexto social, pois, o destino da sociedade (seres humanos; famílias; espíritos encarnados), qualidade de vida, saúde pública, enfim, o desenvolvimento coletivo, depende diretamente de politicas públicas organizadas, bem administradas por homens (dirigentes; políticos) éticos e honestos.

          Seguir Jesus à distância nunca será produtivo.

          Seguir Jesus por simples conveniência é atender aos próprios interesses.

          Seguir Jesus em suas parábolas e propostas, é aprender a SABER.

          Ao lado do mestre encarando as dificuldades sempre, é por em prática seus ensinamentos através das parábolas, enfim, é ser consciente e útil.

A juventude atual, os adolescentes especialmente parecem não se importar com nada do que esta ocorrendo neste mundo tão repleto de dores e problemas como o nosso e passam grande parte do tempo nos seus celulares, iphone, ipood, etc, etc. Como você analisa isto? Os pais teriam alguma culpa neste processos, neste desinteresse ostensivo dos filhos jovens ou adolescentes por situação difíceis e doentias que se desenvolvem na sociedade e no mundo atual?


          Herança de valores de todo contexto social, educação dentro deste processo e orientações familiares, crianças aprendem o que lhes ensinam, adolescentes e adultos repetem o que aprenderam na infância, pois, esta é a época da formação, identificação e grande absorção de conteúdos. A grande massa (na infância) movida por interesses de homens perversos e egoístas (financeiros e filosóficos/religiosos) são condicionados a pensar e crer que viver é subsistir, se divertir e ter posses e somente ter fé. Uma vez os conteúdos absorvidos e condicionados, eles passam a ter valor e vida na cabeça da grande maioria desses jovens, vivem o dia a dia, horas a fio inebriados com as sensações agradáveis que sentem, geradas pelos jogos e pelo acesso que estabelecem ligações com os amigos que tem afetividade. Sentem prazer constante (toda sensação de prazer libera uma quantidade maior de neurotransmissores que causam bem estar), por isso encontramos tantos jovens absortos, longe das necessidades reais da vida e muitos se preparando para tornarem-se adultos alienados e improdutivos no plano real da vida.

          Os pais tem sim muita responsabilidade, haja vista que filhos são pessoas, podem ser educados e direcionados aos conteúdos produtivos e bons, desde que aprendam o verdadeiro, útil e real, e não a mentira, o faz de conta (tão comum atualmente), oriundo de um sistema consumista sem limites. É necessário fazê-los compreender que a boa colheita sempre dependerá da semente plantada por cada um, passarão a entender que somente obterão resultados quando irem ao encontro dos mesmos.

Como uma autentica espiritualidade, o desenvolvimento espiritual saudável e "participante" em todas as áreas do mundo pessoal e objetivo, como esta espiritualidade conquistada ou buscada, poderia ajudar a melhorar, ou a resolver esta indiferença tão radical e marcante?


          Somente o princípio do desenvolvimento saudável da educação construtiva, contida de valores éticos, justos e fraternos, com certeza contribuirá assertivamente para melhora de uma sociedade, trazendo um convívio equilibrado e positivo. Mas como todos sabemos, é necessário preparar as crianças, cuidar de suas mentes com esmero, dar boas condições a todas, transmitir conteúdos capazes de FORMAR ideias novas, fazê-las crer que vale a pena construir um mundo igual, persuadi-las sempre que o melhor caminho é o da alma, que somos pessoas que habitam um único lar, formando uma grande família, que irmãos e pais se amam embora apresentem diferenças de gostos e ideias, que vamos sentir sempre, e que sentir frustrações, dor, decepções e também chorar faz parte da vida, e que quando melhorarmos em nós mesmos, passamos a contribuir para o todo, que é preciso crer no bem, só no bem como meio único de abrir uma porta para as pessoas e para a humanidade, que a perversidade, o poder, a maldade, o egoísmo, a ambição desmedida, as posses passageiras, não valem a pena para uma existência tão efêmera, que a felicidade que tanto procuramos só poderemos encontrar em um simples atalho na estrada do tempo, é o SABER o único caminho que constrói e leva a uma boa direção.

          Enfim vamos dialogar, olhar nos olhos das pessoas sempre, falar a eles que crescer dá trabalho e dói muito conseguir, mas vale muito a pena, e que tantas dificuldades e problemas surgirão pela frente, que tudo isso ainda vai continuar acontecendo, até que um dia consigamos entender definitivamente que: “A VIDA É E SEMPRE SERÁ O MAIOR BEM DA NOSSA EXISTÊNCIA.”

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