quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Uma grande experiência na Vivência em Grupo!


Vivência em Grupo no ultimo domingo dia 23/8

Uma grande experiência na Vivência em Grupo!


          Pensar é fundamental para se descobrir, é muito bom quando pessoas se juntam para conversar sobre conteúdos do dia a dia, porque nós, pessoas, temos uma profunda necessidade de trocar experiências e conhecimentos, alias vital para o crescimento pessoal e desenvolvimento coletivo. É isso que proponho quando junto ideias de algumas pessoas em torno de discussões, para que possam ter a oportunidade de falar, livres de amarras religiosas e preconceitos, de expor o que sentem e pensam a respeito de si e de tudo que vivem.



Participantes da Vivência interagindo numa conversa sobre temas atuais

          Para mim a oportunidade é única porque o cotidiano é conduzido e direcionado por um comportamento quase igual das massas, condicionado pelos grupos de interesse que normalmente e quase sempre sugerem a subserviência mental e o consumo desmedido permanente.

          A troca de conceitos e ideias leva a todos a experimentarem a aceitação em grupo, de acertos e erros, o que normalmente não acontece, com isso descobrem que é fundamental expressar-se independentemente de inibições e frustrações, que é vital ser pessoa, pois, muitos deixaram de ser a muito tempo para viver do ter permanente, experimentando profundo vazio existencial.


Uma pausa para o lanche

          Durante a experiência da troca todos abrem-se, finalmente encontram a oportunidade de falar com afins, de conteúdos “proibidos” muitas vezes (pasmem!) por filosofias religiosas que a tudo sabem, e que somente a elas cabe pensar o assunto, avaliar e concluir a respeito do conteúdo.


          Proponho a liberdade do pensar, única forma de descobrir o que é real e fictício, verdadeiro e mentiroso, mesmo que doendo e tateando por caminhos obscuros, ainda assim proponho buscar soluções para que cada um possa dar o primeiro passo em direção da real liberdade na vida, descobrir por si mesmo, experimentar e desenvolver sua própria compreensão do universo interior e das coisas comuns no dia a dia.

A.Dias

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Espiritismo: remédio para a violência...


Espiritismo: remédio para a violência...


          O retrato social parece estar mais violento que nunca. Desde a violência infantil nos lares, a violência doméstica sobre mulheres, violência nas escolas, gangs, assaltos, violência entre países, violência social generalizada, terrorismo, enfim, tudo parece apontar para estarmos a viver num autêntico barril de pólvora, numa espécie de guerra não declarada, sempre à espera do primeiro estilhaço.

          Todos são unânimes que este cenário não pode continuar, todos nos sentimos inseguros, os "media" destacam apenas o mal, na ânsia do dinheiro fácil, sanguinolento, rematando para o lixo notícias que apontem no sentido do bem, no sentido da paz.

          Mudemos de cenário!

          Domingo à tarde, Caldas da Rainha, Portugal. Tinha-me deslocado com a esposa e os 2 filhotes pequenos a uma superfície comercial. Ao sair, com pouco carros no parque de estacionamento, circulava a uns 20 kms/h, ainda a arrumar um papel ou outro. Uma buzinadela sonora, na rectaguarda, lembrou-me que alguém tinha mais pressa. Encostei-me à direita. O condutor apressado, ao passar pela nossa viatura, ainda soltou um sonoro (sai daí óh lesma), ele também na presença da esposa e de duas crianças. Mas o que mais me fez reflectir não foi a atitude mal educada, o mau exemplo que deu aos seus filhos, mas sim o olhar do condutor, colérico, parecendo deitar chamas de ódio.

          Fiquei estupefacto!

          Num fim de tarde de um domingo, na presença de crianças, qual seria a causa daquela atitude intempestiva, seguida daquele olhar "mortal"?

          Decerto, aquele condutor quando chegasse a casa e ligasse a TV seria o primeiro a insurgir-se contra a violência no mundo, contra a corrupção, contra o roubo, enfim contra os males sociais.

          De imediato centrei-me em mim próprio, desligando-me do tal "olhar mortífero", e fiquei a meditar como sou imensamente feliz por ser espírita. Não que eu seja melhor que o outro condutor, (ele até podia estar num "dia mau", a que todos têm direito), mas porque o conhecimento da doutrina espírita dá-nos outra visão da vida, menos imediatista, mais global, o que se repercute inevitavelmente, pela positiva, na nossa maneira de viver no dia-a-dia.

O espírita avança no sentido da pacificação interior, da alteração
de atitudes no seu quotidiano, pacificando os que o rodeiam,
num contágio incessante que abraça todo o planeta.

          Fiquei a pensar como seria bom que as pessoas conhecessem a ideia espírita (ciência, filosofia e moral), que não é mais uma seita nem mais uma religião, que soubessem, sentissem a certeza de que somos seres imortais, temporariamente num corpo de carne. Como seria bom que soubessem que a vida continua após a morte do corpo físico, como quem muda de casa, que é possível a comunicabilidade com aqueles que já nos precederam na grande viagem, que conhecessem o mecanismo da reencarnação, única explicação plausível para as dissemelhanças sociais, dissemelhanças de oportunidades de alegrias, de dores. Como seria bom que se embrenhassem na essência da doutrina espírita, assente na moral de Jesus de Nazaré (fazer ao próximo o que desejamos para nós próprios).

          Fiquei a pensar numa pessoa que há dias me dizia: "vocês espíritas são diferentes", ao que eu rematei - "mas nem sempre somos melhores, mas esforçamo-nos para isso".

          O conhecimento da doutrina espírita (começando pelo "O Livro dos Espíritos", "O Evangelho Segundo o Espiritismo" e outros livros, todos de Allan Kardec) leva o homem a tornar-se mais fraterno, a ter vontade de servir, de ser útil, desinteressadamente. Ao sentir essa mudança íntima, avança no sentido da pacificação interior, da alteração de atitudes no seu quotidiano, e pacificando-se, pacifica os que o rodeiam, com as suas atitudes, num contágio incessante que abraça todo o planeta.

          Fiquei a pensar como seria bom que todo o planeta tivesse acesso a este tesouro espiritual (a doutrina espírita), e da enorme responsabilidade do espíritas em divulgá-lo o mais e melhor possível, não no afã de arrebanhar adeptos, mas sim no sentido de contribuir para a pacificação das consciências, dos países e do mundo.
Ou não fosse o poderoso deserto composto de minúsculos e "desprezíveis" grãos de areia...

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

"Meu Pai!"


Meu pai


          Todos os que fomos acalentados pelo amor paterno, com certeza, recordamos nosso velho com saudade. Particularmente, quando nós mesmos nos tornamos pais, as lembranças acodem aos atropelos.

          Na acústica da alma, ainda ouvimos os passos firmes nas noites de trovoadas, a conferir em sua ronda, janelas, trancas, cortinas, o sono da criançada.

          Se fecharmos os olhos, podemos sentir o deslizar da sua mão levemente pelo nosso rosto e o puxar cuidadoso do cobertor.

          Vemos sua silhueta se perdendo na penumbra e ouvimos o último abrir e fechar da geladeira.

          Recordamos da criança que fomos e que ficava à espera da sua volta do trabalho. Aqueles que tivemos pais cujo trabalho exigia muitos dias fora do lar, podemos sentir outra vez o coração aos atropelos, lembrando o som do carro dele, chegando, na madrugada.

          Será que lembrou de trazer um presente? Será que a sua barba está por fazer e vai espetar o nosso rosto?

          Recordamos o passeio dos fins de semana, do presente de aniversário, da ceia de Natal. Até das broncas após as nossas malandragens.

          Igualmente lembramos dos carinhos à chegada de nosso boletim, a alegria após passar de ano. A comemoração em família pelas nossas vitórias: fundamental, ensino médio, vestibular, faculdade.

          E quando chegamos à adolescência? Quantos cuidados! Quem são os seus companheiros?Com quem você vai sair? Aonde vai?

          Não fume. Não beba. Não exceda a velocidade. Respeite os sinais de trânsito.

          É hora de chegar? Não falei para chegar antes da meia-noite?

          Filho, respeite os mais velhos. Faça um carinho nos seus avós. Quando, afinal, vai se decidir a trabalhar?

          Garoto, vou lhe cortar a mesada.

          Olhando as rugas estampadas no rosto de nosso pai, somos tomados de carinho e nos curvamos diante dele. Quantos anos vividos no calor do lar paterno. Quantas lições!

          Lições que hoje repassamos para os nossos próprios filhos e, sem nos darmos conta, vamos repetindo os mesmos gestos dele. Daquele que há sessenta, setenta anos renasceu e um dia se tornou nosso pai.

          Olhamos nossos filhos e, lembrando de como a generosidade de nosso pai, os seus cuidados nos fizeram bem ao caráter, nos esmeramos no atendimento aos nossos próprios rebentos.

          Por tudo isso, outra vez, é que a nossa gratidão cresce no peito e explode em uma grande manifestação de afeto. E, como se nosso pai fosse uma criança pequena, abraçamos o velho e o embalamos em nossos braços, com a mesma canção de ninar que um dia ele embalou a nossa infância.

*

          As mensagens repassadas às crianças calam profundamente em suas almas. Embora o tempo, a distância, as circunstâncias mais adversas, tudo o que as aninhou e animou nos anos infantis repercute pela vida afora.

          Eis porque a infância tem um caráter de primordial importância ao ser humano. É nesse período de repouso para o Espírito, que se prepara para as lutas do mundo, que o ser se abastece de energias, vigor, valores reais que são, em verdade, as únicas heranças autênticas que os pais legam aos filhos.

Redação do Momento Espírita, a partir do texto Pai, de autoria desconhecida. Disponível no cd Momento Espírita, v. 19, ed. Fep..