quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A Cólera


IV – A Cólera

UM ESPÍRITO PROTETOR
Bordeaux, 1863


          9 – O orgulho vos leva a vos julgardes mais do que sois, a não aceitar uma comparação que vos possa rebaixar, e a vos considerardes, ao contrário, de tal maneira acima de vossos irmãos, seja na finura de espírito, seja no tocante à posição social, seja ainda em relação às vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e vos fere. E o que acontece, então? Entregai-vos à cólera.

          Procurai a origem desses acessos de demência passageira, que vos assemelham aos brutos, fazendo-vos perder o sangue frio e a razão: procurai-a, e encontrareis quase sempre por base o orgulho ferido. Não é acaso o orgulho ferido por uma contradita, que vos faz repelir as observações justas e rejeitar, encolerizados, os mais sábios conselhos? Até mesmo a impaciência, causada pelas contrariedades, em geral pueris, decorre da importância atribuída à personalidade, perante a qual julgais que todos devem curvar-se.

          No seu frenesi, o homem colérico se volta contra tudo, à própria natureza bruta, aos objetos inanimados, que espedaça, por não o obedecerem. Ah!, se nesses momentos ele pudesse ver-se a sangue frio, teria horror de si mesmo ou se reconheceria ridículo! Que julgue por isso a impressão que deve causar aos outros. Ao menos pelo respeito a si mesmo, deveria esforçar-se, pois, para vencer essa tendência que o torna digno de piedade.

          Se pudesse pensar que a cólera nada resolve,que lhe altera a saúde, compromete a sua própria vida, veria que é ele mesmo a sua primeira vítima. Mas ainda há outra consideração que o deveria deter: o pensamento de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tiver coração, não sentirá remorsos por fazer sofrer as criaturas que mais ama? E que mágoa mortal não sentiria se, num acesso de arrebatamento, cometesse um ato de que teria de recriminar-se por toda a vida!

          Em suma: a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede que se faça muito bem, e pode levar a fazer-se muito mal. Isso deve ser suficiente para incitar os esforços por dominá-la. O espírita, aliás, é incitado por outro motivo: o de que ela é contrária à caridade e à humildade cristãs.

*
HAHNEMANN
Paris, 1863

          10 – Segundo a idéia muito falsa de que não se pode reformar a própria natureza, o homem se julga dispensado de fazer esforços para se corrigir dos defeitos em que se compraz voluntariamente, ou que para isso exigiriam muita perseverança. É assim, por exemplo, que o homem inclinado à cólera se desculpa quase sempre com o seu temperamento. Em vez de se considerar culpado, atribui a falta ao seu organismo, acusando assim a Deus pelos seus próprios defeitos. É ainda uma conseqüência do orgulho, que se encontra mesclado a todas as suas imperfeições.

          Não há dúvida que existem temperamentos que se prestam melhor aos atos de violência, como existem músculos mais flexíveis, que melhor se prestam a exercícios físicos. Não penseis, porém, que seja essa a causa fundamental da cólera, e acreditai que um Espírito pacífico, mesmo num corpo bilioso, será sempre pacífico, enquanto um Espírito violento, num corpo linfático, não seria mais dócil. Nesse caso, a violência apenas tomaria outro caráter. Não dispondo de um organismo apropriado à sua manifestação, a cólera seria concentrada, enquanto no caso contrário seria expansiva.

          O corpo não dá impulsos de cólera a quem não os tem, como não dá outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. Sem isso, onde estariam o mérito e a responsabilidade? O homem que é deformado não pode tornar-se direito, porque o Espírito nada tem com isso, mas pode modificar o que se relaciona com o Espírito, quando dispõe de uma vontade firme. A experiência não vos prova, espíritas, até onde pode ir o poder da vontade, pelas transformações verdadeiramente miraculosas que se operam aos vossos olhos? Dizei, pois, que o homem só permanece vicioso porque o quer, mas que aquele que deseja corrigir-se sempre o pode fazer. De outra maneira, a lei do progresso não existiria para o homem.

Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Programação / Agenda Antonio Dias



          Queridos amigos, neste final de semana estarei em São José dos Campos dando uma palestra sobre Dependência Química com abordagem Espírita na AME - Associação Maternal Espírita, e fazendo uma participação no Programa de Rádio Vivência Espírita na Super Rádio Piratininga 750 AM, sobre o mesmo tema! Vejam todos os detalhes:




quarta-feira, 9 de setembro de 2015

"Vamos orar por paz..."



Guerra na Síria, quando terminará?


          Estamos todos chocados com os refugiados da Síria.

          Um dos poucos lugares no mundo onde a língua de Jesus ainda se fala ,tornou-se o mais recente ponto da guerra civil em curso . Onde desde 2011 mais de 190 mil já morreram

          Muitos de nós pensamos:

          Como encontrar uma maneira de resolver isso?

          Como dar um basta e querer a paz mundial?




          Neste planeta você já viu um único dia de paz? Podemos arriscar e adivinhar que certamente todo santo dia tem conflitos em algum canto deste planeta desde que os seres humanos têm existido.

          Uma foto que chocou o mundo recentemente, o corpo do menino de três anos Aylan Kurdi,vestindo uma camiseta vermelha e bermuda, com o rosto afundado na areia, gera revolta e indignação pela falta de ação de países desenvolvidos na ajuda aos refugiados.

          Um estudo estima que cerca de sete por cento da população muçulmana mundial pode ser classificado como “politicamente radicalizada”, mas embora parece ser um pequeno percentual, isso equivale a cerca de 90 milhões de pessoas.





          Se apenas uma fração dessas pessoas continuarem a sentir-se dominados, explorados e desrespeitados por seus próprios governos ou por uma superpotência externa, como os Estados Unidos, o potencial para o desastre é alto todos os dias.

          Alguns combatentes na Síria parecem acreditar que a luta em nome de Deus justifica as medidas mais bárbaras.

          Lembram do vídeo de um rebelde comendo o coração de um soldado sírio enquanto gritava “Deus é grande!”? Ou outro vídeo mostrando a decapitação de três homens com facas, também enquanto louvavam a Deus?





          O líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi conclamou os seus seguidores a destruírem monumentos históricos

          Para os extremistas, nenhum objeto material deve ser idolatrado.

          Nas guerras, não morrem somente os que tombam nos campos de batalha ou são devorados por explosões de quaisquer tipos. Também morre, no abismo da dor, um número ilimitado de pais e de mães, que recebem objetos de uso pessoal e condecorações póstumas dos seus filhos.

          Kardec no “Livro dos Espíritos” recebe resposta dos Espíritos:
“ As guerras são predominância da natureza animal sobre a espiritual e a satisfação das paixões”, respondem eles.




          As noticias violentas podem fazer toda a diferença em nossas casas e corações.

          Atinge nossos pensamentos silenciosos, de como resolver.

          A energia desses pensamentos falarão mais alto que suas palavras.

          Há uma troca de energia do plano espiritual.

          Nós podemos, alinhar nossos pensamentos em nossas orações matinais para estes refugiados. Você estará conectado com o planeta junto com outros milhões no exato momento de sua reflexão.




          Vamos rogar ao plano espiritual que ajude-nos a construir um mundo melhor, de onde a guerra seja banida para sempre.

          Procure a bondade em si mesmo.

          Nós somos o antídoto para a guerra com nossas preces, praticando o amor ao próximo, a caridade.

          Vamos lembrar que Jesus, o fundador do Cristianismo foi detido pela perseguição gratuita e trancafiado no cárcere e aceitou padecer em silêncio os erros da justiça terrestre, alinhando-se, na cruz, entre os injuriados e as vítimas sem razão, de todos os tempos da Humanidade.

Fonte: Luz Espirita



quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Temas da Crítica



36. Temas da Crítica 


Procure silenciar onde você não possa prestar auxílio. 

A vida dos outros, qual se afirma na expressão, é realmente dos outros e não nossa. 

Devo compreender que o erro de outrem, hoje, talvez será o meu amanhã, já que nas trilhas evolutivas da Terra todos somos ainda portadores da natureza humana. 

O tempo que se emprega na crítica pode ser usado em construção. 

Toda vez que criticamos alguém, estamos moralmente na obrigação de fazer melhor que esse alguém a tarefa em pauta. 

Anote: em qualquer tempo e situação os pontos de vista e as oportunidades, os recursos e os interesses, o sentimento e a educação dos outros são sempre muito diversos dos seus. 

Criticar não resolve, porque o trabalho da criatura é que lhe determina o valor. 

Quem ama ajuda e desculpa sempre. 

Não condene, abençoe. 

Lembre-se: por vezes, basta apenas um martelo para arrasar aquilo que os séculos construíram.


Texto retirado do livro "Sinal Verde", de Francisco Cândido Xavier pelo espírito André Luiz