quarta-feira, 19 de abril de 2017

História de Tiradentes na visão Espírita



'Liberdade ainda que tardia'


          A história tradicional que o homem conhece tem as características de contar os fatos acontecidos com os povos no mundo observando-se o lado material do ocorrido.

          Com o Espiritismo aprendemos a conhecer a história vista do lado espiritual, pois grande parte dos acontecimentos registrados no mundo tem suas origens no mundo espiritual.

          Através de obras de autores espirituais, por meio das mãos abençoadas de médiuns de extrema confiança, aprendemos um pouco daquilo que a história nos conta e que estão intimamente ligados aos desejos das entidades superiores que comandam nosso planeta.

          No próximo dia 21, comemoraremos os 225 anos da desencarnação de Tiradentes, o Mártir da Inconfidência Mineira, que morreu enforcado no Rio de Janeiro. Joaquim José da Silva Xavier, seu nome verdadeiro, nasceu em 1746 e morreu em 21 de abril de 1792, quando contava 45 anos de idade. Dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político, ele atuou no Brasil colonial, mais especificamente nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro. A cidade mineira de Tiradentes, antiga Vila de São José do Rio das Mortes, foi assim renomeada em sua homenagem.

          Como se sabe, ele liderou o movimento formado pelos Inconfidentes, cujo objetivo era o de emancipar politicamente o Brasil de Portugal. Os delatores da Inconfidência, porém, levaram o plano ao então governador de Minas Gerais. Presos, Tiradentes no Rio de Janeiro e os demais membros da conspiração em Vila Rica, foi aberto o inquérito que os condenou à morte. Durante a leitura da peça condenatória, os infelizes sentenciados passaram as mais recíprocas recriminações, diante da fraqueza moral de que eram possuídos.

          Mas, no dia seguinte, a Rainha de Portugal, D. Maria I, modificou a pena de morte dos Inconfidentes pela extradição para desoladas regiões africanas, com exceção do líder Joaquim José da Silva Xavier. Ele seria enforcado, conservando-se o cadáver insepulto e esquartejado, para servir de exemplo aos que planejassem traições à Coroa Portuguesa.

          Tiradentes entrega o espírito a Deus, nos suplícios da forca, a 21 de abril de 1792. Um arrepio de aflitiva ansiedade percorre a multidão, no instante em que o seu corpo balança, pendente das traves do cadafalso, no Campo da Lampadosa. Mas, nesse momento, Ismael recebia em seus braços carinhosos e fraternais a alma edificada do mártir.

          Relata o Espírito Humberto de Campos, no livro Brasil Coração do Mundo – Pátria do Evangelho, na psicografia de Chico Xavier, que Tiradentes depois de haver apreciado, angustiadamente, a defecção dos companheiros, revestiu-se de supremo heroísmo. Seu coração sentiu alegria sincera pela expiação cruel que somente a ele fora reservada. Ao morrer na forca, Tiradentes foi cercado pelas falanges invisíveis de Ismael, Guia Espiritual do Brasil, e sua alma edificada foi recebida por este elevado mensageiro do Mestre Jesus, que lhe disse: "Irmão querido, resgatas hoje os delitos cruéis que cometeste quando te ocupavas do nefando mister de inquisidor, nos tempos passados. Redimiste o pretérito obscuro e criminoso, com as lágrimas do teu sacrifício em favor da Pátria do Evangelho de Jesus. Passarás a ser um símbolo para a posteridade, com o teu heroísmo resignado nos sofrimentos purificadores. Qual novo gênio surges, para espargir bênçãos sobre a terra do Cruzeiro, em todos os séculos do seu futuro. Regozija-te no Senhor pelo desfecho dos teus sonhos de liberdade, porque cada um será justiçado de acordo com as suas obras. Se o Brasil se aproxima da sua maioridade como nação, ao influxo do amor divino, será o próprio Portugal quem virá trazer, até ele, todos os elementos da sua emancipação política, sem o êxito incerto das revoluções feitas à custa do sangue fraterno, para multiplicar os órfãos e as viúvas na face sombria da Terra...".



          Um sulco luminoso desenhou-se nos espaços, à passagem das gloriosas entidades que vieram acompanhar o espírito iluminado do mártir, que não chegou a contemplar o hediondo espetáculo do esquartejamento.

          Ismael esclarecia ao Espírito Tiradentes que, ao morrer enforcado, a lei de "ação e reação" havia sido exercida, de acordo com os ensinamentos de Jesus, ao enunciar que "a cada um será dado segundo as suas próprias obras". Afinal, Deus sempre dá ao espírito culpado a oportunidade de reencarnar e reparar os erros cometidos em encarnações anteriores.

          Tempos depois ele auxilia na montagem do cenário para a independência do Brasil, sendo que no dia do grito do Ipiranga, no famoso “Independência ou Morte” ele estava junto ao Imperador Dom Pedro I.

          Transcorreram trinta anos desde a sua morte na forca e a emancipação política do Brasil. Se no corpo carnal Tiradentes não conseguiu a tão almejada independência, em Espírito ele esteve presente em todas as nuances até o ato final. Conseguia assim o Espírito Tiradentes libertar o Brasil do poderio de Portugal para que pudesse construir o seu futuro livremente a partir de 07 de setembro de 1822.

         Pouca gente sabe a história espiritual desse acontecimento. Apenas os Espíritas conhecem o livro de Humberto de Campos que afirma que o Brasil nasceu para ter um destino glorioso dentre as nações do mundo.

          Essas histórias contadas pelos Espíritos nos levam a crer que o mundo tem seus anjos tutelares e que eles estão constantemente trabalhando para que o planeta alcance o seu posto maior que é o de servir de casa para os Espíritos subirem na escala evolutiva.

          Se o homem degrada o planeta, por certo, em contrapartida, a espiritualidade trabalha com os homens de bem para que a virtude vença as investidas do mal.

          Com certeza, a comunicação feita pelos Espíritos a Allan Kardec de que a Terra se transformaria em planeta de regeneração, deixando para trás a condição de mundo de provas e expiação está ocorrendo.

          Limpando a casa dos fluídos deletérios que a empestam, ela será o domicílio limpo e arejado que os mansos encontrarão para viver em paz no futuro.

Fonte: 21 de Abril

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